4º caso de racismo

Novo caso de injúria racial na UFSM é denunciado por universitários

da redação

Uma nova denúncia de injúria racial dentro do campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi registrada na Polícia Civil. Conforme a ocorrência policial feita por dois universitários da instituição, o caso teria acontecido na tarde desta quarta-feira, próximo a um banco que fica no campus. Os dois jovens, de 19 e 23 anos, teriam sido ameaçados por um outro rapaz com frases racistas. Este é o quarto caso de racismo registrado no período e um ano na maior instituição federal de Ensino Superior do interior do Estado.

No boletim de ocorrência, registrado na Delegacia de Policia de Pronto Atendimento (DPPA), os universitários relatam que estavam entrando em um banco quando um homem que estaria recolhendo o lixo começou a xingá-los, chamando eles de negros sujos e macacos e mandando-os lavar o cabelo: "seus nego sujo, vai lavar esses cabelo, macaco fedido". Eles teriam ainda sido ameaçados. 

Na ocorrência, também foi informado que as imagens das câmeras de segurança devem ser solicitadas para tentar identificar o autor das agressões.

Na manhã desta quinta-feira, a assessoria do gabinete do reitor da UFSM, Paulo Burmann, informou que o caso ainda não chegou ao conhecimento da reitoria e reiterou o posicionamento da direção da instituição frente aos outros casos de racismo: "A instituição é totalmente contra a qualquer tipo de discriminação, e quando algo do gênero acontece e é comprovado, alunos ou servidores estão sujeitos ao desligamento."

Por telefone, uma das vítimas disse à reportagem que iria aguardar o andamento do caso para se manifestar sobre o ocorrido. A investigação deve ficar a cargo da 4ª Delegacia de Polícia (4ªDP).

OUTROS 3 CASOS

Esta não é a primeira vez que casos de racismo são registrados no campus da UFSM. Em 2017, foram 3 casos registrados no campus de Santa Maria.

Em 17 agosto de 2017, uma suástica foi desenhada em uma das paredes do Diretório Livre do Direito (foto ao lado) e virou alvo de inquérito policial.

Um mês depois, em setembro, a sala do Diretório Livre do Direito (DLD) foi alvo de uma pichação de cunho racista novamente. Na parede da sala, que fica no prédio da antiga reitoria (na Rua Floriano Peixoto, no Centro) uma frase agride diretamente alunos do curso.  

"Fulano e fulana*, o lugar de vocês é no tronco, fora negros, negrada fora", dizia a inscrição.

Em 21 de novembro do mesmo ano, o alvo foi o Diretório Acadêmico das Ciências Sociais. Na época, as coordenações dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais em conjunto com a chefia do Departamento de Ciências Sociais e com a Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciências Socais da UFSM, divulgaram uma nota de repúdio aos atos de racismo e apologia ao nazismo manifestados por meio de frases racistas "Brancos no Topo", "Fora Macacos", acompanhadas de duas suásticas e dos nomes de duas alunas negras e um aluno negro do curso de Licenciatura em Ciências Sociais. Na época, o Diário entrevistou uma das alunas que tiveram seu nome mencionado no ataque racista.

INVESTIGAÇÃO
Os três casos de 2017 estão sendo investigados pela Polícia Federal (PF), que analisa a relação entre eles. A investigação ainda está em andamento. Conforme o delegado da PF de Santa Maria Getúlio de Vargas, a PF ainda não foi informada da ocorrência registrada na Polícia Civil nesta quarta-feira. Segundo ele, a PF costuma investigar casos que envolvem o patrimônio federal (como os três registraram em 2017) ou quando os alunos ou servidores estão em atividade escolar ou profissional. Sendo assim, a investigação da denúncia feita por alunos na tarde de ontem deve ficar a cargo da Polícia Civil.

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